CRISE POLÍTICA NO ZIMBABUÉ
Robert Mugabe aparece sorridente em imagens na
presença do líder militar, Constantino
Chiwenga, e de representantes do Governo sul-africano, enviados por
Pretória como mediadores.
O encontro
lançou novas dúvidas sobre uma situação caótica e que deixou o país num
impasse, uma situação seguida de perto pela vizinha África do Sul e pela Comunidade
de Desenvolvimento da África Austral, a SADC (sigla em língua
inglesa).
Horas antes,
os esforços de mediação levados a cabo por um padre em nada resultaram, com o
presidente do Zimbabué a recusar o mediador.
Apesar da expectativa causada pelo encontro, o diário The Herald, propiedade do Estado zimbabueano, publicou apenas algumas linhas sobre o assunto, deixando cerca de 13 milhões de pessoas sem saberem o que poderá acontecer nos próximos dias.
Robert Mugabe insistira, horas antes, no facto de que era “o líder legítimo do Zimbabué” e recusando-se a demitir e ignorando o que era descrito pelos jornalistas como uma “pressão crescente” por parte da oposição e do exército.
Apesar da expectativa causada pelo encontro, o diário The Herald, propiedade do Estado zimbabueano, publicou apenas algumas linhas sobre o assunto, deixando cerca de 13 milhões de pessoas sem saberem o que poderá acontecer nos próximos dias.
Robert Mugabe insistira, horas antes, no facto de que era “o líder legítimo do Zimbabué” e recusando-se a demitir e ignorando o que era descrito pelos jornalistas como uma “pressão crescente” por parte da oposição e do exército.
A tomada de
poder pelos militares é vista, para alguns, como o início do colapso da chamada
era Mugabe. A medida parece ter afetado setores fundamentais para a
sobrevivência do presidente, como os serviços de segurança e os serviços de
informação.
O líder da oposição, Morgan Tsvangirai, apelou a Mugabe que deixasse o poder, referindo o “interesse dos cidadãos” e do “povo zimbabueano”. Durante as declarações, Tsvangirai referiu-se a Mugabe como “senhor” e não como “presidente”.
Tsvangirai,
agora com 65 anos, passou uma temporada no Reino Unido e na África do Sul, onde
recebeu tratamento por causa de um cancro. Regressou a Harare na quarta-feira.
Poderia ser um dos candidatos à liderança de um Governo de união nacional.
Alguns
analistas apontam, no entanto, para a possibilidade de que o exército prefira
que o antigo vice-presidente, Emmerson Mnangagwa, assuma o poder. Mas o
importante, para os militares, parece ser evitar que a mulher do presidente,
Grace Mugabe, de 52 anos, se apeoxime da presidência.
Grace Mugabe, a impopular
Grace Mugabe é pouco popular entre a população, sendo conhecida como DisGrace (DesGraça) ou Gucci Grace (Alusão à marca de alta costura italiana que costuma usar). No início dos anos 90, deu início a uma relação com Mugabe, quando a então esposa do presidente, Sally Mugabe, se encontrava às portas da morte, vítima de doença renal.
Grace Mugabe, a impopular
Grace Mugabe é pouco popular entre a população, sendo conhecida como DisGrace (DesGraça) ou Gucci Grace (Alusão à marca de alta costura italiana que costuma usar). No início dos anos 90, deu início a uma relação com Mugabe, quando a então esposa do presidente, Sally Mugabe, se encontrava às portas da morte, vítima de doença renal.
Grace Mugabe preconizou uma ascenção imparável nos últimos dois anos no seio do partido ZANU-PF. O afastamento de Mnangagwa, conhecido como “O Crocodilo”, do cargo de vice-presidente, deu início à atual crise que se vive no país do sul do continente africano.
Robert Mugabe
ocupa a presidência do Zimbabué desde a emancipação da maioria negra da então
Rodésia, anteriormente Rodésia do Sul. Para muitos, trata-se de um herói dos
movimentos das independências africanas, apesar dos atropelos aos Direitos
Humanos de que tem sido acusado pela oposição e Comunidade Internacional,
durante o seu longo mandato.
O antigo “celeiro de África”, agora em crise
O Zimbuabué chegou a ser conhecido como “o celeiro de África”, mas a economia entrou em colapso, depois da campanha levada a cabo por Mugabe para retirar das mãos dos agricultores da minoria branca as quintas responsáveis pela produção agrícola nacional, na década de 2000.
O antigo “celeiro de África”, agora em crise
O Zimbuabué chegou a ser conhecido como “o celeiro de África”, mas a economia entrou em colapso, depois da campanha levada a cabo por Mugabe para retirar das mãos dos agricultores da minoria branca as quintas responsáveis pela produção agrícola nacional, na década de 2000.
Em 2008, a
sua decisão de aumentar a impressão de notas fez com que a inflação disparasse
para níveis sem precedentes. Posteriormente, o país viveu uma ligeira
estabilidade, mas os níveis de pobreza continuam elevados.
Calcula-se que cerca de três milhões de
zimbabueanos tenham emigrado, muitos para a África do Sul.
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